(In) Sana!: huhum

huhum

Ligadíssima e empolgada até a morte na formatura da Macela...

Desconfio de períodos de calmaria. Pode até ser uma visão meio pessimista, mas não gosto quando as coisas estão aparentemente 100% bem. Fica aquela expectativa no ar de que algo vai acontecer a qualquer momento e te trazer de volta a realidade. E isso, no meu caso, quer dizer: você está só.

Posso não me sentir só, posso me enganar com alguns telefonemas engraçadinhos e carinhos escassos, mas a realidade nua e crua é que estou só e vou continuar assim.

E acho essa a pior solidão. Aquela que é palpável, como a minha. Eu posso senti-la a todo instante caminhando ao meu lado como se fosse o espírito de uma pessoa que se foi, mas se recusa a fazer a travessia definitiva. È um vulto que me persegue mesmo quando estou cercada de pessoas. Por isso, essa é a pior solidão.

E já estou de saco cheio de me sentir assim. Até parece que existe uma placa piscado em minha testa dizendo: “tenha pena dela, ela não consegue um namorado sem problemas pendentes”. E enfrentar os rostos com expressões de acusação é a pior parte de tudo isso. Como se eu tivesse obrigação de estar com alguém, de ser de alguém. De prestar contas da minha vida com relatórios anuais contendo informações estatísticas dos meus relacionamentos ou da falta deles.

Por enquanto eu me contento em me sentir de alguém. Em sentir que mesmo não sendo o ideal, o que sonhei pra mim, o que sonharam pra mim, é o que me permito ter e quero ter no momento.


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