(In) Sana!: Minha opinião: tirando algumas dúvidas sobre a Gastroplastia

Minha opinião: tirando algumas dúvidas sobre a Gastroplastia

A pedidos resolvi fazer um post explicando um pouco sobre como ficou a minha vida depois da gastroplastia. Foi um pedido da uma amiga querida, que está com a intenção de fazer a redução, mas tem muitas dúvidas. Então, leia com atenção viu Manu? 


Quando eu decidi fazer a gastroplastia, eu assumi todos os riscos da cirurgia e tinha plena consciência de todas as restrições que me seriam impostas depois. Arrisquei e posso dizer que não me arrependo nem um dia sequer de ter feito. 

Antes de qualquer coisa, você precisa estar preparado. Eu costumo dizer que primeiro você tem que operar a sua cabeça, para depois cortar o estômago. O acompanhamento psicológico é essencial, e talvez seja a parte mais importante do processo pré-operatório. Não basta ter vontade, você realmente tem que querer e assumir que a sua relação com a comida vai mudar radicalmente a partir dali.

Eu fiz a cirurgia por problemas de saúde, e não apenas para me sentir bem comigo mesma. O emagrecimento, a vaidade, a autoestima são apenas consequências que também precisam ser levadas em conta, afinal, a gastroplastia muda a sua vida de uma forma radical. A sua imagem é modificada de uma forma extrema, e muitas pessoas que fazem a cirurgia não conseguem lidar com isso. Não posso negar que é muito bom entrar um uma loja e poder escolher e não apenas comprar o que me servir. Isso é gratificante, com certeza. Mais o meu maior prazer é dizer que depois de seis meses as dores sumiram, que o meu corpo hoje reage de uma forma diferente. Ele está se adaptando aos poucos a uma nova rotina: a de quem pessoa feliz com o seu peso e com a sua imagem! 

Quando eu optei pela gastroplastia, e quem me conhece sabe que essa não foi uma decisão fácil, eu tinha um problema na coluna que vinha de agravando por conta do excesso de peso, que por causa da obesidade, eu não conseguia mais controlar. O meu corpo não reagia mais a tratamentos medicamentosos e nem a exercícios da forma como era esperado. Esse foi um grande baque na minha vida: Saber que um dos maiores prazeres que eu tinha na vida estava me impedindo, exatamente, de viver! 

A partir daí, eu tomei a decisão de mudar. Procurei o médico, dr. Gustavo Santos (cliquem no nome e acessem o site dele), conversei, perguntei, questionei os riscos, tirei todas as minhas dúvidas e tomei a decisão de fazer a operação. O técnica que eu escolhi foi o Bypass (hoje eu só uso uns 25% do meu estômago), que é a mais comum e a que oferece melhores resultados. Existem outras técnicas menos invasivas que também tem bons resultados (tenho duas amigas que optaram por outro método e estão super bem), isso depende de cada paciente. 

As pessoas quem me encontram me fazem inúmeras perguntas. Vou tentar aqui responder as dúvidas mais comuns. Mais uma vez ressalto que cada pessoa tem uma forma de reagir, mas a maioria passa pelos mesmo perrengues. Vem comigo:

- Quando você se opera volta a ser criança. Você vai passar por todas as fases de uma criança até conseguir comer normalmente. A primeira fase é a líquida (uma das mais difíceis), depois vem a pastosa. Isso tudo você encara em um único mês tá gente? Depois vem a dieta branda, com a introdução de alguns alimentos mais "duros". A dieta brabda dura também cerca de 1 mês. 

- Se você, assim como eu era viciada em beber durante as refeições, esqueça! Mastigar bem os alimentos é uma dica muito importante. Vai evitar, por exemplo, que você vomite automaticamente depois de comer. Se você é apressadinho, vai ter que relaxar durante as refeições e comer devagar. E só deve beber, meia hora depois do almoço. Assim você evita que o estômago de dilate novamente. Ah, também evita que você se engasgue, coisa bem comum entre os gastroplastizados. 

- Você passa a valorizar cada alimento que come. É impressionante! 

- Para quem gosta de tomar uma cervejinha, aviso logo que são 6 meses sem álcool. Além de ficar  magra, você passa por uma espécie de desintoxicação bacana! kkkkkk

- Alguns alimentos me causam certo desconforto: arroz, carne bovina e frango. Em compensação como tranquilamente peixe, camarão, caranguejo, carneiro, etc. Tudo em pequenas porções, claro. 

- Eu desenvolvi a síndrome do intestino irritável. Como descobri isso? Passei por alguns problemas que deixaram o meu estresse nas alturas. Aí comecei a sentir dores na barriga, fui ao médico, fiz exames, os resultados foram normais, mas descobri que não posso mais ter picos de estresse. Sempre que isso acontece, meu corpo reage! 

- Não tive grandes problemas com vômitos. A maioria das vezes em que vomitei foi porque não mastiguei direito, e o estômago passa a rejeitar alimentos muito grandes. Ah! uma dica importante: não force o vômito quando sentir algum desconforto, não enfie o dedo da garganta. Se o seu estômago não aceitar o alimento, ele vai expelir normalmente, pode demorar, mas você vai botar para fora, com certeza! 

- O meu pós-operatório foi super tranquilo. Fiz a cirurgia por videolaparoscopia, menos invasiva, pega poucos pontos. Só tem que evitar se abaixar, dormir de rede, sentar no chão ou em locais muito baixos, por algum tempo. Os pontos são retirados em 10 dias. Ah, para namorar tem que esperar um pouco viu? Os namorados e maridos tem que ser bem compreensivos com você. 

- Outra síndrome bem comum entre os operados do estômago é o Dumping. Quando você ingere muito rapidamente alimentos com grande teor de açúcar ou gordura de estômago vazio. Existem basicamente dois tipos (pesquei da wikipédia): 

Precoce: ocorre em até 30 minutos. O conteúdo alcança seu estômago de forma muito rápida. Isso desencadeia uma translocação de fluídos, e ocasiona uma resposta que se manifesta com taquicardia, sudorese, sensação de morte, sonolência, etc. O uso de açúcares neste paciente piora o quadro.
Tardio: ocorre após 2 horas. Após o alimento alcançar o intestino e ser absorvido, o pâncreas produz uma grande quantidade de insulina, o que leva o paciente a apresentar o quadro de hipoglicemia. O tratamento neste caso é realizado a base de açúcares.
Nunca senti essa tal sensação da morte, mas já passei mal tomando sorvete, fiquei meio sonolenta, minha pressão baixou e eu suava horrores. Não demorou muito não. E como a a gente sabe quando vai ter dumping? Não descobre, a medida que você vai testando os alimentos vai descobrindo aquilo que não te faz tão bem assim. Só não pode é exagerar nos testes viu? 


- Nos primeiros meses senti dificuldade em beber água. Até hoje eu não consigo beber rápido. Ah, consigo ingerir melhor bebidas bem geladas, acho que é porque ficam mais fluidas, sei lá. Fica a dica. 


- Não pense que a cirurgia é a salvação. Se você voltar a comer errado, vai engordar novamente. O estômago reduzido pode voltar a se dilatar novamente. Eu procuro seguir as dicas da nutricionista a risca. Hoje eu como muitas frutas no meu dia-a-dia (quase todos os meus lanches e sobremesas são frutas), coisa que eu não fazia antes. Iogurte e biscoitos integrais são grandes aliados também: saciam e tem baixas calorias. 


- Três coisas que podem te engordar novamente: Bebida Alcóolica, Doces e ficar beliscando. Mas isso não quer dizer que você não pode nunca mais comer um doce, beber um cerveja gelada ou beliscar um negocinho. É só ter moderação (essa palavra é uma espécie de mantra para quem faz essa cirurgia). 


Bem, eu acho que é isso. Se alguém tiver mais alguma dúvida, pode deixar um comentário aí em baixo tá? 


Beijocas, 


Sana  M.  



  




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