(In) Sana!
Sorrir é um exercício ao qual me obrigo todos os dias. Faz bem a alma, e especialmente nesse dia eu tinha muuuuitos motivos para estar feliz! (Pedro II, 30 de abril de 2008...)




Se morre de amor? Alguém aí lembra do famoso poema de Gonçalves Dias que todo mundo, um dia, viu na escola? (Se se morre de amor! — Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende,De ruidoso sarau entre os festejos...). E aí o que vocês, meu parcos leitores, acham desta indagação? Morre ou não morre?

Na minha pouco importante e influente opinião, acho que, às vezes, achamos que uma pessoa pode levar a nossa vida nas mãos. Depositamos todas as nossas esperanças, anseios, alegrias e horas vagas na sua conta. Acreditamos que sem ela nossa vida não faz sentido. E para muitos, isso é amor. A incondicionalidade, para a maioria, está diretamente ligada ao fato de amar uma pessoa (sonhos românticos passados de geração a geração, etc). Daí vem a dependência e conseqüentemente as desilusões. A ciência, a química e sabe-se lá mais o quê, explicam as reações do nosso corpo, as transformações dentro do cérebro e outras cositas más, como as atitudes diante da rejeição, os ciúmes, a dor de ser abandonada, e quiça explicam sobre o que leva alguém a cometer um crime baseado na alegação de que estava “cega” de amor.

Hoje, depois de alguns anos, eu considero tudo isso meio louco. Eu sei o que é sofrer pela perda de um amor. Sei o que é ser abandonada, trocada. Sei o que é ser dependente e se sentir culpada pelo que aconteceu, mesmo sendo a única vítima. Mas em nenhum momento, nem naqueles onde eu pensava que meu peito ia explodir de tanta dor, eu cheguei a pensar que aquilo me mataria. Ou em matar. Talvez porque, mesmo com o coração doente, eu mantive a minha mente sadia (sem risinhos, por favor!).

Foram meses até eu conseguir encarar a mim mesma como antes, até sair de casa, até me acostumar com a idéia de que eu novamente voltara a ser só. Com a liberdade de ir e vir, mesmo que eu nunca a tenha perdido por completo. Foram meses em que refleti, chorei até chegar ao ponto de achar que ficaria desidratada (novamente, sem risinhos!!!), perdi alguns quilos (essa foi a parte boa, nunca estive tão bem fisicamente quanto naquela época. Em plana forma. Talvez esse assunto merecesse ser motivo de estudos por parte dos cientistas. Sofrer emagrece?), me dediquei ao trabalho e aos amigos que souberam respeitar o meu tempo e me livraram das perguntas cretinas. Fizeram um escudo que foi fundamental na recuperação do meu coração partido e orgulho ferido pela dor do amor que eu perdi.

Com o passar do anos cheguei ao perdão. E foi libertador saber que eu não guardava mágoas, que eu estava curada. Um processo complexo, mas que valeu a pena. Não foi fácil, ninguém aqui disse que seria, mas eu sobrevivi. Estou aqui pra contar a história. Hoje eu tenho um relacionamento pra lá de amigável com aquele que um dia eu julguei como um algoz, o meu algoz.

Não, não se morre de amor, como diz o poema que eu citei lá de cima. Nem de saudade também, como diz o título deste blog infame que eu criei. Tudo isso pode até fazer a gente sofrer e se sentir a pior pessoa do mundo de vez em quando, tudo porque não temos gerência sobre os sentimentos como deveríamos, mas morrer mesmo, não morre. Machuca, mas tem cura. Eu posso comprovar!

Vejam aí o que disse esse blog português sobre o assunto:

“Não se mata nem se morre por amor. Por mais romântico que isso nos apareça. Ou por mais cruel. Mata-se e morre-se por egoísmo, por rancor, porque não se suporta o fim do amor, por ciúme doentio, por medo, porque não se suporta o espelho, o da alma ou o outro, mas por amor, não.
A única coisa que admito que se faça por amor, é amar. Claro que admito que entrem aqui uma porrada de verbos, chatos e foleiros: às vezes, sofre-se, outras magoamo-nos, outras ainda choramos. Mas morrer ou matar por amor, não me venham com histórias. Quando se quer morrer ou matar, já há muito que se matou o amor. Em Portugal, na China ou em Marte”.

Beijocas

Sana


3 comentários:

Anônimo disse...

o tempo é merthiolate...que dizem que cura tudo! Mesmo quando quando queremos deletar esse sentimento da nossa mente a qualquer custo... passar corretivo... ou sendo mais atual... dar um "back space". Duro é sentir saudades... isso que dói mais... duro é pensar se você merece tal sofrimento... mas a dor é inevitável e o sofrimento opcional... Temos que aprender a nos amar... gostar da gente... para abrir nosso coração... Foi bom ler seu texto e acreditar sim... que tudo nessa vida é passageiro. Estou passando por essa fase de dor... de saudades... de reflexão (você fica pensando, ele fez tudo aquilo comigo e tenho saudades dele?!?!.. dai você lembra dos momentos bons...) tenho momentos de serenidade, mas me odeio quando me pego chorando... mas isso vai passar sim... e um dia vou rir disso tudo (tem um tempo que leio seu blog... pode ne? coloquei nos meus favoritos) Beijos, Carol

Anônimo disse...

...a saudade é ingrata... machuca, maltrata...acredito que nessa vida somente oque não passa é a saudade...passamos nós, as lembranças que se perdem em algum lugar do coraçao, ainda mais quando temos a certeza que não mais serão vividas, compartilhadas pois a aflita e cruel morte do ser amado dilacerou todos os sonhos e perspectivas para o amanhã... o amor permanece ali, contido em todo o seu eu...o amor...pense como é bom amar...eu amo meu marido, ele não está mais neste mundo mas o amo tanto e a saudade às vezes é desesperada, e a tristeza que tenho hoje é o reflexo da felicidade, da alegria que tive no passado!!!!!!!!!! I.CAVALCANTE, NATAL, JULHO 2008.

Blog Insana disse...

Deixem recadinhos, mesmo os mais infames. Faz bem pro ego!