(In) Sana!
Gostaram da foto? Eu adorei. Foi tirada meio por acaso, mas saiu até bonitinha. Tô até pensando em colocá-la em um porta-retrato... Convencida demais!!!!!!

Sem muito saco e criatividade para escrever, então vou deixar meus três ou quatro leitores com os trechos de um texto da jornalista Martha Medeiros*:

"(...) um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la. (...)

(...) Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada".

Lindo demais né?
Bom final de semana
Bjocas

* Carol, muito feliz em saber que alguém perde um pouco do seu tempo lendo as minhas lamentações. Obrigada pelo comentário!

* NR: Martha Medeiros é uma jornalista e escritora brasileira. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.

Sana

2 comentários:

Anônimo disse...

ahahahaha... lembro que encontrei seu blog numa busca que fiz no google... estava procurando com certeza alguma coisa sobre amor...paixão mal-resolvida... sei lá. Daí vi seus textos e coloquei nos meus favoritos. Somos meio colega de profissão. Sou formada em publicidade, moro em Salvador (nascida e criada)... Você tem orkut? Vou tentar te encontrar... se vir alguma Carol te adicionando, aceita. Beijos!

Anônimo disse...

te achei o orkut... mas eu não acesso a sua "região"... ahahaha... o orkut e suas novidades. Bom fim de semana!
Carol