Desabafo

"Só por hoje eu não quero mais te ver

Só por hoje não vou tomar minha dose de você

Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam não

E essa abstinência uma hora vai passar" (Pitty)

Eu prometi a mim mesma que nunca mais derramaria uma lágrima por ele. Eu prometi ao meu coração que nunca mais ele iria bater só por causa dele. Eu prometi aos meus olhos que eles iriam aprender a olhar outros horizontes. Eu prometi aos meus braços que eles aprenderiam a se conter diante do impulso de querer aconchegá-lo. Eu prometi aos meus lábios que eles iriam aprender a viver sem o gosto daquele beijo, afinal, existem outros sabores que eu ainda posso provar. Eu prometi tantas coisas...

Eu lutei contra mim mesma, uma, duas, mil vezes. Eu roguei pragas. Eu tentei esconder o que eu sentia. Eu tentei afogar o meu sentimento em mar aberto. Sim, eu tentei matá-lo a golpes de faca, à balas, enforcado, sufocado debaixo do meu travesseiro para que ninguém no mundo soubesse que ele era tão grande que não cabia dentro do meu peito e que, sendo assim, eu não teria como escondê-lo por muito tempo.

Eu fiz de tudo, tentei tudo mesmo que eu sabia para acabar com esse sentimento. E confesso, agora, diante do mundo inteiro, envergonhada, humilhada e descrente de mim mesma que nada, nada, simplesmente, nada, do que eu fiz, me fez chegar perto do meu objetivo final. Eu continuo gostando como no primeiro dia. Eu continuo sendo dele mesmo contra todas as minhas forças.

E eu ando meio louca sabia. Ando de mau humor. Eu brigo com ele olhando a minha imagem de idiota refletida no espelho. Eu faço juras em pensamento e me xingo de burra logo em seguida. Eu luto contra a minha dor e contra tudo que eu sinto todos os dias e tudo isso porquê? Por que eu sou uma fraca, uma imbecil, uma carente de plantão que não sabe se valorizar, que fica atrás de migalhas, que dorme com o celular do lado da cama esperando aquela maldita música da Kelly Clarkson tocar. È isso aí, EU TENHO MEDO!

E do que adiantou tudo isso? Se agora eu estou aqui me lamentando na frente dessa droga de computador que não vai entender todas as minhas angústias, toda a minha dor e as minhas necessidades. Sabem o que eu queria mesmo? Viver!

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