E todos os anos eu prometo a mim mesma que não vou sofrer com isso. Finjo que não tô nem aí, que isso não passa de uma besteira e tal. E todos os anos eu fico deprimida na véspera e no dia então, nem sei fala. Sei que amanhã eu vou estar um saco, irritadíssima com tudo e com todos principalmente com aqueles que vão encontrar as suas almas gêmeas/ficantes/esposas e maridos/amantes/namorados e seja lá qual mais denominação moderna para quem tem alguém.
E isso, caros três ou quatro leitores deste blog de lamentações, não passa da mais pura e genuína inveja! É isso aí! I.N.V.E.J.A com letras garrafais pra não deixar dúvidas. Morro de inveja e esse ano mais do que todos, porque, em teoria, eu teria com quem estar, mas não posso, simplesmente não posso por uma ironia mal acabada do destino.
E isso parece ser pior do que apenas ter que aturar todas as lengas-lengas amorosas das quais eu sinto tanta falta. Porque essas depois de amanhã vão passar, mas o que eu sinto aqui não vai. Fica no meu peito e na minha cabeça o tempo todo martalendo, martelando e eu simplesmente não consigo parar! É mais forte do que eu! Eu juro!
Bem, cansei se ficar escrevendo que essa data não deveria existir, não para aqueles que amanhã não terão com quem trocar presentes e carinhos. Cansei de tentar entender o que é que eu tenho de errado para não merecer passar um diazinho sequer dos namorados namorando (em toda a minha vida, só fui contemplada uma vez). Cansei de ficar choramingando pelos cantos a procura de respostas que não virão. Cansei de escrever tanta besteira.
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