(In) Sana!: Queria você pra mim!

Queria você pra mim!

Não quero, e esse nunca foi mesmo o meu intuito, que esse blog se torne um muro de lamentações. Quero sempre tentar escrever coisas positivas ainda que no meu coração exista um grande vazio como agora.

É desta vez fui eu. Desta vez eu enchi meu peito de coragem e os meus olhos de lágrimas e falei tudo que estava travado na minha garganta. Falei, me senti aliviada, mas mesmo sendo o certo, eu não estou feliz.

Eu sei o quão errado é amá-lo. Eu sei. Eu sempre soube. Mas a gente não manda na gente quando somos pegos pelo amor. Eu sei que a gente se gosta, mas nós dois temos plena consciência de que essa história não passa daqui. Então eu vou viver esperando e lutando por uma coisa que pode nunca chegar? Um argumento plausível, mas não quando se ama.

Eu queria mesmo é que meu telefone tocasse o dia inteiro aquela música da Kelly Clarkson, eu queria sim. Eu queria poder estar a essa hora na porta da faculdade me reclamando do maldito professor que só libera nos últimos minutos. Eu queria ele perto de mim, mesmo sem nunca ter sido meu. Eu queria. Eu queria não estar chorando agora. Mas na vida a gente aprende que nem sempre querer é poder, e no meu caso o ditado faz todo o sentido!

Esse foi mais um texto que eu pesquei no Blônicas:

Perfeição
De Leo Jaime

Há no amor que se descobre um encantamento. Cruzaram os olhos e já se amavam. Dois mais dois já eram quatro antes da invenção da aritmética, e os dois já se amavam muito antes de se encontrarem e perceberem isso. Juízo sintético a priori, sejamos gratos ao Kant, é o que nos explica o amor à primeira vista. Este é o encanto: perceber naquela pessoa, um universo inexplorado, a própria casa. O amor só é amor se for uma forma doce de loucura, se for irracional e incondicional, se for eterno.Fala-se, atualmente, muito em relacionamento e pouco em amor. Já não há quem se mate por amor. Sim, ninguém jamais matou por amor. Mata-se por ódio e ignorância, e ódio é uma forma doente de amor mas não é nem o oposto de amor; este seria o desamor. Por amor não é possível matar, mas morrer. Morria-se de tristeza, de dor, da falta do amor, da impossibilidade do amor, da perda do amor. Morria-se de amor porque não se pode viver sem ele, uma vez que seu corpo e alma estão preenchidos e dominados pelo sentimento. Hoje o assunto é relacionamento. É mais importante ter um relacionamento que um amor.O amor, evidente, em uma de suas formas, pode prescindir do relacionamento. Platão deu conta disso. O amor altruísta que torce e ajuda a felicidade do outro sem nunca se impor, sem nunca se oferecer, sem nada esperar. Acontece. Há o amor pelas coisas, pelos bichos, pelas emoções, mas nada supera o amor que há entre um homem e uma mulher. Ou entre casais de qualquer tipo, posso vislumbrar, uma vez que o desejo é acessório ao amor.A diferença é simples, o amor é inexplicável e não se planta onde se quer, ele nasce e existe alheio aos nossos planos. O relacionamento é fruto do resultado de nossas experiências, em destaque a última: se tivemos alguém que era temperamental fazemos questão de alguém que seja calmo, por creditarmos o fim do relacionamento ao gênio desmedido. Isso é apenas um exemplo entre milhões possíveis. O relacionamento é uma forma e não um conteúdo, é um conjunto de regras e de negociações que podem ser positivas ou não. O relacionamento existe quando existe o amor, mas as regras, neste caso, são resolvidas com ética, ou seja, cada um sabe como deve se portar tendo como parâmetro o belo, o ideal, a longevidade e grandeza do amor que o motiva. Relacionamento é a estrutura social.Por isso muitos relacionamentos começam e às vezes acabam sem que o amor lhes faça visita. Estar com alguém é aprender algo sobre o amor, mesmo quando não seja amor. É educação sentimental. É quando a pessoa ensaia, se prepara para o que pode vir.É triste admitir, mas podemos passar uma vida sem que a flecha do cupido nos acerte. É bem recomendável que estejamos no nosso caminho, fazendo o que nos dá prazer, cumprindo nossas missões diárias, e não procurando por ele feito doido nas baladas noturnas, no baile dos desesperados. A flecha o acha se você estiver na sua. Mas pode não achar. Ainda assim valerá ter se preparado para ele como quem se arruma para uma festa. Muito melhor do que passar a vida sem nem sonhar com o amor.Mas, voltando ao início, há no amor um encantamento. E o relacionamento é sempre o culpado quando esse encantamento se quebra. A dificuldade em se permitir falível ou aceitar as falhas e limitações do outro acabam por nublar tudo com a perspectiva da decepção ou com as vozes ganhando volume por motivos fúteis. Sim, há diferenças. E dar um voto especial, amoroso e indefeso, de confiança quando o outro está aparentemente errado é fundamental. Mas não é assim que lidamos em relacionamentos comuns! No amor, se há um embate os dois perdem. Não importa quem está certo ou errado. No entanto, se os dois percebem um problema, não importa quem o tenha trazido, e os dois com cumplicidade o superam, a união e a força se apresentam e isso é fruto e resultado do amor.Vencer é muito mais difícil que perder. Cansa mais e dá mais trabalho. Ser feliz é muito mais cansativo do que ser triste! E é esquisito, uma vez que relacionamentos difíceis e infelicidade moderada são a condição, o estado basal de quem não tem um verdadeiro amor.O amor não exige que você seja perfeito. Apenas que você dê o seu melhor.Essa é a forma, diária, de alimentar o encantamento. É só aproveitar bem o dia. A chance.

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