(In) Sana!
Depois que acaba, o que a gente faz com o amor que ficou? Passei ontem o dia, entre uma chuva de lágrimas e outra, tentando responder essa pergunta. E não encontrei ainda uma resposta. E duvido que alguém saiba dar uma explicação para o vazio que a ausência de quem se ama faz.

É inexplicável a dor que causa na gente. Pode até parecer romantismo barato para alguns, mas para mim não. Eu acredito no amor. Eu acreditei nessa relação, mesmo sabendo que ela era torta. Mesmo sabendo que isso, mais cedo ou mais tarde, ia acabar acontecendo. É o preço que se paga pelo risco.

Foi calmo. Uma conversa adulta (onde ele foi bem mais racional do que eu em praticamente todos os momentos), afinal somos crescidos e donos da nossa própria razaõ. Mas sabe aquela sensação de que mesmo terminado, ainda não acabou?

É tudo muito confuso mesmo. Talvez eu esteja tentando me convencer do impossível. Tentando encontrar uma forma de sofrer menos. Talvez....

"Na primeira manhã que te perdi
Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos
Como uma bumba-meu-boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo
Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina
Como um boi no meio da multidão

Na segunda manhã que te perdi
Era tarde demais pra ser sozinho
Cruzei ruas, estradas e caminhos
Como um carro correndo em contramão
Pelo canto da boca num sussurro
Fiz um canto demente, absurdo
O lamento noturno dos viúvos
Como um gato gemendo no porão Solidão".

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